Panatlântica é uma das maiores empresas no mercado do aço plano do estado

Gravataí tem uma empresa que, além de ser a pioneira na ocupação da área onde hoje é o Distrito Industrial de Gravataí, detém a liderança no mercado dos aços planos no Rio Grande do Sul. Ou, se não é líder, com certeza está entre as cinco maiores.

É que o diretor-superintendente, José Antônio Vargas, não abre os números. Ele desconversa e diz apenas que a empresa está entre os grandes. Sequer o volume de aço processado pela Panatlântica, fundada em 1º de outubro de 1952, é revelado.

A empresa foi criada ainda na capital, Porto Alegre, e em 1975 foi transferida para Gravataí. Atualmente, tem um complexo de 19,4 mil metros quadrados de fábrica e outros 3 mil metros quadrados de instalações administrativas, refeitório e vestuário.

Foi dentro da Panatlântica, aliás, que foi inaugurado o Distrito Industrial, em 1977, com o então ministro Ângelo Calmon de Sá, da Indústria e Comércio, no governo do ex-presidente e general Ernesto Geisel, e o ex-governador gaúcho Sinval Guazzelli.

 

: Diretor-superintendente, José Antônio Vargas, diante de foto do parque fabril da Panatlântica Gravataí

 

Holding familiar

 

Gravataí é a sede da Panatlântica S.A., uma empresa de capital aberto com ações na Bolsa de Valores e controlada – 84{cefd8e388819aa051b6a037f76459d4fd7cca4598da03f6e09a7f43b0b543e00} – pelo grupo L. P. Aços Comércio e Participações, que tem o empresário gaúcho (de Santa Maria) Raul Maselli como presidente do conselho de administração da holding familiar.

O segundo maior acionista é a Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, considerada a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina. Tem sede em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e como presidente o empresário Benjamin Steinbruch.

 

Aços planos

 

A Panatlântica recebe o aço em bobinas, sendo que a fita tem 6,3 milímetros de espessura, o chamado ponto de partida para tudo que produz. Ou seja, atende a vários segmentos, desde o vestuário à indústria pesada da linha agrícola. Entrega lâminas com espessura de 0,25 milímetro, ou seja, pouco mais de dois décimos de um milímetro.

Por exemplo: fornece o aço em lâminas e dimensões exigidas pelos fabricantes de botões ou ilhoses para peças do vestuário, ou de acordo com as necessidades dos fabricantes de automóveis, de roscas sem-fim para colheitadeiras, ou trancas, dobradiças e puxadores de aberturas residenciais, entre muitas outras…

— Nós somos, na realidade, fornecedores da matéria prima, no caso, o aço, para as indústrias que vão fazer o produto final.

 

: Linha vestuário botões fabricados com aços da Panatlântica

 

Abrangência

 

A área de atuação mercadológica da Panatlântica é, basicamente, o Rio Grande do Sul e o norte da vizinha Santa Catarina. Por aqui, com foco no pólo industrial da região da Serra, especialmente Caxias do Sul, além de Gravataí, Cachoeirinha e arredores.

Em Santa Catarina, são várias as cidades que têm a economia sustentada pela indústria metal-mecânica, principalmente Chapecó – conhecida como a capital das agro-indústrias – além de Joinville e Maravilha, entre outras.

 

Impacto

 

A rentabilidade da Panatlântica enquanto negócio saiu da zona de conforto em 2014 quando recrudesceu a situação da economia nacional, reflexo das crises econômico-financeiras verificadas em vários países da Europa e, incluisve, os Estados Unidos.

O ano de 2013, de acordo com o diretor-superintendente, havia sido excelente, como ele mesmo classificou. Já o impacto dos problemas econômicos começou no ultimo trimestre de 2014, com uma queda no faturamento da empresa.

Mas foi em 2015 que os problemas foram mais agudos, com 20{cefd8e388819aa051b6a037f76459d4fd7cca4598da03f6e09a7f43b0b543e00}, aproximadamente, de redução na média dos negócios – levando em consideração o faturamento dos últimos anos. A situação se manteve ao longo de todo ano passado, segundo José Antônio.

— O pior momento foi em 2015, embora a gente já estivesse sentindo reflexos desde o final do ano anterior.

 

Mantendo o nível

 

E neste ano, 2016, foi possível recuperar o mercado?

— Não deu exatamente para recuperar, a palavra certa não é recuperar. Deu para manter os negócios sem aumentar o volume de perdas — explicou.

— O que aconteceu é que a crise na economia atingiu o mercado e o setor industrial como um todo, não apenas um determinado segmento. O reflexo foi observado em toda a cadeia produtiva, e isso chegou aqui porque somos fornecedores de aço para industrialização da mais diversificada linha de produtos que se pode pensar — disse o executivo.

 

Unidades por aí

– Panatlântica S.A., matriz, em Gravataí

– Panatlântica S.A., filial, Glorinha

– Panatlântica Catarinense S.A. (Panacat), matriz, Joinville, Santa Catarina

– Panatlântica Catarinense S.A., filial 1, Mandaguari, Paraná

– Panatlântica Catarinense S.A., filial 2, Curitiba, Paraná

– Panatlântica São Francisco do Sul, em São Francisco do Sul, Santa Catarina

– Panatlântica Tubos S.A. (Panatubos), Caxias do Sul

– Panaser S.A., Farroupilha

 

: Maquete em exposição em Gravataí da Panatlântica Tubos, de Caxias do Sul

 

Funcionários

– Cerca de 220 considerando a matriz da Panatlântica, em Gravataí, e a filial de Glorinha.

– Em torno de 600 funcionários, diretos e indiretos, segundo José Antônio, levando em conta todo o grupo Panatlântica.

 

Diretores

– José Antônio Silva Vargas, diretor-superintendente.

– Karl Ernst Steppe, diretor industrial.

– Euclides Humberto Teixeira Jardim, diretor adjunto.

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